O que há, não sei

Não consigo escutar mais nada, tudo ficou mudo, e já não consigo mais ouvir as vozes que vagam em meus pensamentos. Está tudo tão estranhamente calmo, obscuro demais e mais do que estranho, distorcido. Todas as palavras que são pronunciadas ou jogadas a mim se transformam em um louco quebra-cabeça, ou como se fosse um monte de cacos que não se encaixam por mais que sejam de uma mesma peça. De onde veio tudo isso? Como tudo aconteceu? Enlouqueci, e ninguém quis me colocar em um hospício? Como não? Perguntas sem respostas, apenas. E então, eis que descubro que estou presa em um sonho, mudo, igual ao cinema, mas no meu sonho não há legendas, tenho que decifrá-lo da maneira mais cabível a mim e com a as ferramentas, ou não, que estiverem em minhas mãos, ou ao meu alcance. É uma busca por respostas quase que interminável e enlouquecedora, sem ruídos, sem sons, sem nenhuma espécie de gemido, ou ofegação. Assim, comecei a me sentir em um abismo em que eu só sentia meu corpo caindo, sim, como a Alice. Mas meu sonho não era cheio de efeitos especiais, cores e caras legais, tudo não passava de preto e branco como os uniformes de presidiários, e eu poderia falar até que estava em uma cadeia, nada muito diferente, só as grades que me mantiam presas eram diferentes.

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