Achar palavras

Procuro me achar em certas palavras, mas sabe de uma coisa?
eu ando mais perdidas nelas do que nunca.
Começo e quando dou por mim estou refazendo. Vou em frente mas quando percebo ja voltei.
Coisas confusas andam do meu lado, não sei como as deixar, acho que elas fazem parte de mim. E o ser ou não ser é a questão. Do que realmente acreditar e buscar ou de fazer diferente.
Mas veja bem, sempre ocorre a mesma situação.
Em um bar sozinho, ou em uma praça, ou sentada no canto do quarto, sozinho!
Sozinho, talvez isso é o melhor que eu posso. Um mundo em que me vejo, em que não há muitas formas de escapar, distante daqueles grandes sorrisos e esperanças. Dificilmente há um esboço disso "aqui", estranhamente é quando penso no que seria.
Ai como é difícil, ninguém imagina como é sustentar essa questão, opção ou alucinação? Difícil também é definir, as vezes é melhor juntar tudo do que dá explicações do que seja.
Estou tonta, confusa, meu coração esta acelerado e eu não tenho nenhum pressentimento.
Será que essa falta de ar que venho sentindo nas últimas 30 horas é angústia? Do mesmo jeito que falta, sobra o ar, sufoca, invade, domina, determina, pede, leve, peso, dia, noite, falta, excesso... Tudo ao mesmo tempo.
Mas como sempre afirmei, não é possível sentir falta de algo que nunca teve!

Armadura


Sabe quando você esta cansada de tudo a sua volta? E só se sente acolhida nos braços de um alguém que nem ao menos pode te abraçar?
Pois é, ela se sentia assim.
Um mundo do qual tentava entender, do qual buscava forças para seguir dia-a-dia. De todas as vontades que guardava pra si e com medo de ser julgada remoia tudo dentro do seu ser.
Se via encurralada pelo destino, sem saídas para as situações em que se encontrava, e as quais se encontraria.
Fugindo de sua realidade, tentando ser o que não era, e sua vida era totalmente mascarada.
Diariamente vestia sua armadura como se fosse para uma guerra, toda preparada para o que poderia enfrentar. Otimismo? Ela nunca teve muito. Sempre teve os olhos voltados para a realidade. Dizia que não se importava com o mundo, mas ela sabia que o mundo se importava com ela, que a via, a rodeava todo o tempo. E mesmo assim dizia que não precisava. Mas sua alma gritava, gritava por aconchego, suplicava por alguém que pudesse amá-la de verdade. Alguém que iria protegê-la e que ela se sentiria segura.
Ela? Ainda vive, cheia de medos, mágoas, tristezas. Ainda com todas as dúvidas, e continua com sua armadura, preparada para o que for, se defender é o que ela sabe fazer melhor.
Sua vida, ela tem esperança que vai melhorar, ela acredita que vai. Tem andando no caminho, talvez certo. E mesmo se não for ela tem certeza que vai acertar algum dia.
E então deixará sua máscara em casa e o peso de sua armadura irá diminuir.